[033] Breve complemento quanto às mudanças
Sobre algumas funcionalidades novas, outras não tão novas e uma promessa!
Meti uma imagem de cabeçalho aí na newsletter (que só aparece para quem receber por e-mail).
É bom ver que algumas coisas não mudam.
A saber: minha inabilidade pra fazer um logotipo decente, meu gosto questionável pra cores e fontes e como o nome Utopia Dilucular soa estúpido a partir do momento em que você sabe o que ele significa (ou, melhor dizendo, o que não significa).
Talvez soe estúpido até pra quem não sabe que não significa nada…
Enfim. Precisava mandar a primeira newsletter a partir do Substack pra testar a recepção pelos diferentes serviços de e-mail de quem foi trazido pra cá de forma compulsória, especialmente quem usa gmail. Recebi mais de um aviso de que, a despeito de quantas vezes a pessoa informasse que assinou a newsletter e que o remetente do Revue era legítimo, os e-mails continuavam caindo na caixa de spam.
Eu também percebia isso porque 24 horas depois do envio de cada texto o Revue me retornava com estatísticas diversas de “performance” da edição, e era sempre a mesma coisa: cerca de 10% dos destinatários abriam a mensagem. Usando o (a?) TinyLetter, eram 40-50% mensagens abertas.
Ler já são outros quinhentos, não devemos exigir muito.
Precisamos falar sobre o substack.
…na verdade eu quero falar sobre o substack, você não precisa dizer nada.
Mas, caso queira, agora pode, porque o substack tem uma caixinha de comentários, então você pode tanto responder a este e-mail - e assim falaremos em particular, como reza a boa educação, a elegância e os bons princípios - quanto ir lá na página da newsletter, em utops.substack.com, e deixar suas observações para o escrutínio público e o opróbrio geral.
Se você não assina nenhuma outra newsletter1 que esteja no substack2, note que logo abaixo da minha simpática foto com dona Clotilde, há esta barra:
Como a internet já deveria ter te educado, o botão 1 serve para você curtir a publicação, o 2 para fazer um comentário, o 3 para encaminhar o texto para algum infeliz cujo dia você pretende estragar, ou com quem queira fazer comentários venenosos a respeito do meu humor autodepreciativo e o 4 serve para que você salve esta newsletter na lista de coisas mais maravilhosas que já se lembra de ter lido e às quais pretende retornar de tempos em tempos, talvez em uma noite fria de um sábado solitário, afogando-se em angústias e vinho, pensando que deveria ter feito escolhas melhores na vida, percebendo que o tempo se esvai e o retorno inexiste, as oportunidades passaram e restou você, sozinho e perdido, mas utilizando a dita edição como uma âncora no oceano revoltoso de amargura, decepções e remorso, passando pelas palavras a visão turva de lágrimas e concluindo que podem até te considerar um condutor da própria existência especialmente inepto, mas há aqueles em situação pior: gente que ainda se mete a produzir textos numa internet tomada por videologs e podcasts, por tiktoks e reels, por onlyfans e twitch, e nesse turbilhão de estímulos luminosos, relampejantes, obnubilantes, há um imbecil barbado, anacrônico e fracassado batucando mensagens muito mais prolixas do que seria considerado prudente em um teclado para pouco mais de uma centena de desconhecidos.
Enfim.
O botão 4 serve pra salvar o negócio.
Você entendeu.
Por fim, o capitalismo e seus tentáculos.
O Substack também tem uma funcionalidade de limitar determinadas interações ou até mesmo a leitura a uma parte do texto sob a condição de que os assinantes desembolsem uns trocados.
Não é - não deveria ser, ao menos - novidade pra ninguém que a internet se transformou nisso: em um braço desregulado da sociedade capitalista. E só chegou ao que é com a anuência dos que, substituindo o bom-senso pela ganância, consideraram que seria razoável fazer uso da opção “cobrar de quem quiser ler o que eu escrevo”.
Talvez por uma questão de (baixa) autoestima, talvez por uma questão de discernimento, talvez por inclinação política, talvez por tudo isso ou por nada disso, por uma quarta opção para além da minha capacidade de avaliação, sou avesso à ideia de um paywall nos meus textos. Esses rabiscos não têm objetivo, fundamento, assiduidade e/ou qualidade que me autorizem a cobrar por eles um centavo que seja.
Portanto jamais habilitarei a opção de cobrança desta plataforma. É uma promessa. Se um dia eu voltar atrás quanto a isso, por gentileza, me mande à merda e cancele sua assinatura.
Mas se, por acaso, qualquer hora dessas, eu cometer a insanidade de escrever um livro, compre.
Foi você que ajudou a alimentar meu delírio. Tenha o mínimo de responsabilidade.
No mais, sem mais. Tenho alguns assuntos circulando pela cabeça há meses e precisarei vomitar uns conejitos hora dessas. Mas não agora.
Volto no momento adequado. Não tardo, que eu nunca tardo (mentirada da porra, eu tardo pacaralho, o que mais faço nessa vida é tardar, fosse eu um rei da antiguidade e meu epíteto seria “o tardio”).
Até lá, agradeço a quem permanecer e também a quem quiser desassinar, pela paciência até aqui: com os desaforos, com as deambulações, com o deboche, com o desleixo e com as demoras, para ficar só na letra D.
Até breve.
Meu deus do céu, pessoa, como assim você não assina NENHUMA newsletter além dessa aqui? De TUDO o que está sendo escrito e enviado na internet por e-mail você se interessou em receber apenas o que EU escrevo? Sei lá, me sinto simultaneamente lisonjeado e preocupado com sua capacidade de tomar decisões. Talvez um pouco ofendido? Na verdade me sinto como um homem de 50 anos que se casou com uma jovem mórmom virgem e de repente ela diz que meu pau é grande mas não é como se ela tivesse parâmetros pra fazer uma análise comparativa a esse respeito, e assim o pensamento crítico leva embora a pouca felicidade que eu poderia tirar desse elogio.
Se é apenas DO SUBSTACK que você não assina outras newsletters, então tá tudo ok, então tá tudo certo, e com a queda do Revue é provável que esse cenário mude em breve. Aguarde.